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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de banmbu


23.07.09

Branda da Aveleira


Ventor e Quico
Nos montes, em redor da Branda da Aveleira, existe um dos paraísos dos garranos. Por ali, diz-me o Ventor, eles têm nichos de fetos altos, de urzes, de arbustos, de algumas espécies, de árvores várias e, fundamentalmente, muito comer e muita água.

 

Tal como nos belos montes da Tessália, por aqui também  há Bucéfalos

Como já vos contei por aqui, algumas histórias que o Ventor me contou, na Grécia Antiga, no tempo do seu amigo Alexandre Magno, havia nos montes da Tessália e nas suas florestas, belíssimos cavalos e, foi no seio desses cavalos que foi encontrado o célebre Bucéfalo.

Bucéfalo e outros!

Todos os cavalos de Alexandre Magno terão nascido e sido criados na Tessália e, como devem calcular, Alexandre não dispunha apenas do Bucéfalo para travar as suas batalhas. Ele, segundo me contou o Ventor, chegou a ter 13 cavalos prontos para o combate mas, ele e o Bucéfalo (o mais guerreiro de todos os seus cavalos) formavam, de facto, um verdadeiro corpo de combate!

O Ventor chegou a dizer-lhe, meio a brincar, meio a sério que, melhores cavalos que os dos montes da Tessália, só, de facto, os que haviam nos montes que mais tarde, ele viria a chamar de suas Montanhas Lindas.

Os garranos, sempre foram e continuam a ser, belos companheiros de algumas das mais lindas caminhadas do ventor

Nas suas caminhadas pelos picos das serras de Soajo e da Peneda, na companhia da bela Diana, eles chegavam a montar os garranos e correr todos os vales e montanhas, entre ursos, javalis, corsas, lobos, ... e o Ventor, pelas suas caminhadas de milénios, nunca esqueceu aqueles perfumes.

Lá em cima, vê-se o muro direito do Fojo do Lobo que desce da zona da fonte das Forcadas para o buraco. Foi um pouco afastado da ponta desse muro que o Ventor, ainda "catraio" enfrentou, de vara na mão, uma loba que chegou a pensar saltaria sobre ele para se dirigir para a Brusca. Quando pela segunda vez a loba tentava forçar a passagem, foi o tiro com um canhangulo de carregar pela boca do ti Zé Ribeiro, que a fez abandonar os seus intentos, pensa o Ventor, iniciando a sua corrida para a morte 

 Nesses tempos, os vales e os montes que hoje formam as Montanhas Lindas do Ventor, os garranos selvagens, enfrentavam poderosos lobos em alcateias e os poderosos ursos que, então, por lá caminhavam.

Hoje tudo é diferente, mas o Ventor continua, como sempre, com ou sem a companhia de Diana, a caminhar entre os garranos, selvagens, semi-selvagens ou domésticos e, tal como sempre, neste mês de Julho de 2009, o Ventor caminhou entre os garranos pelas meias encostas das suas Montanhas Lindas e, tal como na velha Tessália, eles nascem, vivem e morrem nos seus grupos.

O Ventor, ainda hoje vive a euforia de outros tempos quando se depara com os garranos que continuam a ser belos "habitantes" do Parque Nacional da Peneda-Gerês

O Ventor diz-me que, hoje, os lobos não atormentarão muito os garranos, mas antigamente, as grandes alcateias de então, faziam dos garranos a sua melhor fonte de subsistência. Eles isolavam os velhotes ou as crias, montavam o cerco e, quando cansados, feriam-nos de morte.

Era assim onde hoje fica a Branda da Aveleira, era assim por Lamas de Mouro, era assim no monte Gião, era assim nos picos altos das suas Montanhas Lindas. Mas hoje, quase não há lobos, ou há poucos ou nenhuns. Hoje as crias dos garranos não correrão grandes perigos.

Eles, novos ou velhos, são belos companheiros se os deixarem em paz

Mas vejam como os garranos são lindos por estes lados da Aveleira ou pelos montes da Gave ou de Cavenca. Por aqui existe um grande "principado" de garranos, nas serras da Peneda e Soajo. É um prazer observar o amor das famílias e dos grupos.

No grupo, através dos séculos, terá sido sempre usada a máxima utilizada pelos Três Mosqueteiros. " Um por Todos e Todos por Um"!

Se calhar foram os garranos que indicaram a moda aos Mosqueteiros de Luis XIII!

Lembram-se do Dartagnan e dos Mosqueteiros do Luis francês? Eu acho que, se eles não aprenderam com os garranos, terão aprendido com os burros da Gascogne!

Também, hoje, não correm os grandes perigos de outrora, quando eram ameaçados por lobos famintos. Hoje, o seu maior perigo, são animais mais irracionais que os lobos que chegam a matá-los a tiro, em plena estrada, como foi noticiado nos Media

O Ventor disse-me que, quem desce da Pedrada, pelo Curral do Pai (descida moderada), vai observando toda aquele área plana, à sua frente, a que chamaram de Seida. Atravessando toda a Seida, começamos a descer (descida mais acentuada), rumo à Branda da Aveleira e veremos à nossa frente, no lado oposto, os montes que se elevam acima da Branda da Aveleira, onde passa a estrada para a Gave e Cavenca e ... por diante, montes opostos à Seida e à Pedrada.

Aí têm a jóia da coroa do Ventor - a Pedrada! Na zona baixa da esquerda fica a Fonte das Forcadas, uma nascente de água pura, a nascente mais alta da serra de Soajo. Entre este primeiro monte (a descida para a Branda da Aveleira) e a corga das Forcadas que passa ao fundo do Curral do Pai, aquela zona inferior da Pedrada, fica a Seida, escondida dos nossos olhos e quem não a conhece, não imagina, pela foto, a sua grandeza

Em toda esta bela região, vivem em liberdade, as vacas e crias, os garranos e crias mas, rumando de S. Bento do Cando para S. António de Vale dos Poldros, Gave e Cavenca, observamos (diz o Ventor), à nossa esquerda, grupos de garranos em pleno paraíso. Por ali existem árvores, como existiam na Tessália, onde os cavalos e as vacas se escondem do calor e das moscas. Era assim, em locais frescos, que o Ventor gostava de dormir a sesta com as suas vacas e, ainda hoje, em cada caminhada que faz, vê passar esses recantos pelo seu cérebro, tal como se tivesse visto um filme que jamais esqueceu.

 

Estes montes são o oposto à Pedrada. Depois de descer da Seida para a Branda da Aveleira, recomeçamos a subida, metro a metro, até atingirmos os montes entre a Aveleira e a Gave

Nem imaginam os filmes que ele tem presentes no seu sótão!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

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