Pelo Paraíso da Jo
Hoje o dia esteve lindo e dedico este Post à Jo.
O Ventor levantou-se a pensar no Paraíso da Jo e deu-lhe para passar lá pelas redondezas. Todos que conhecem o santuário que envolve o Paraíso Perdido da Jo sabem que ela não fala de sonhos. Fala de realidades. Mas sonhará, certamente, com o seu "Paradise Lost", de que Byron, e não só, nos falou também.
Até a erva da "moleirinha" faz parte dos Paraísos. "Moleirinha" tinta?
Toda a serra de Sintra e a sua envolvência fez, concerteza, parte do Paraíso de que a Bíblia nos fala.
"Ali" - diz o Ventor -"sonhamos com os próprios sonhos e com a realidade da nossa vida. À sombra de árvores frondosas e envolvidos por perfumes perfeitos com que a Natureza nos brinda, verificamos que tudo por Sintra e seus arredores é especial. Hoje, mais uma vez, notei isso e quase nem saí do carro mas, senti, dentro de mim, a necessidade de caminhar entre o tojo florido de amarelo e as carrascas floridas de rosa. Basta uma carrasca rosa para transformar tudo à minha volta"!
"30 anos de Paraíso, Jo"? Pergunta-se o Ventor.
"Moleirinha" branca?
"Deve ser uma tristeza abandonarmos um paraíso desses mas tenho esperança que outro espere a Jo. Há outros paraísos bem lindos e muitas vezes, esses paraísos somos nós que acabamos por os construir. Se empenharmos a fundo a nossa parte boa, não teremos que procurar Paraísos. Eles estão em nós! A Jo verá que o seu Paraíso viverá sempre dentro dela. E, se calhar, sempre terá hipóteses de fazer uma surtida por esses promontórios e partilhar desse diálogo permenente entre a serra e o mar".
O ventor disse-me também: "se a Jo ficar quietinha no Cabo da Roca a observar o comportamento do meu amigo Neptuno, cossando a «sarna» contra o promontório, ouvirá sair das suas profundezas o cântico das sereias e, nesse momento, as fadas e os duendes da serra tentarão desviar a sua atenção do marujar da espuma branca que se degladia com a rocha na sua bélica caminhada de milénios. Então, ficará dividida entre o cântico das sereias e as preces dos duendes, mas verá que as preces vencerão! Nós somos da terra não somos do mar! Os paraísos ficam todos em terra! Então, voltará as costas ao mar e perguntará a si mesma": «que raio andará o Ventor a fazer entre os duendes»?
E esta? Se calhar vou ter de perguntar aos duendes! Nah! É a verónica persa
Não perguntes o que ele faz entre os duendes, mas que ele anda lá anda! Anda lá muito antes do Merlim e outros!
Mas agora, cá entre nós - tu e eu - a Jo e o Quico. Vamos esquecer o Ventor. Prometes-me que não choras?! Se isso é tão lindo como o Ventor me diz, se deixas para trás belezas lindas, como as das fotos, se calhar até eu, um simples gato, choraria.
Se calhar até o Ventor. Sei lá!
Mas não te esqueças de logo que encontres o outro Paraíso, de nos falar dele, ok? Agora vou deixar aqui algumas florzinhas que o Ventor trouxe desse teu Paraíso. Algumas são mesmo daí, pertinho de ti. Sabes que o Ventor aproveitou para ir vizitar a velha aldeia das prossessionárias?
O Ventor disse-me que ia haver uma guerra entre os duendes e as prossessionárias que dão cabo dos pinheiros. Os duendes disseram ao Ventor que não usam os pinheiros para se abrigarem das intempéries, só os carvalhos, mas não querem árvores doentes no seu (vosso) Paraíso.
Uma aldeia de processionárias em Almoçageme
Por isso pediram ajuda ao Ventor e o Ventor, mesmo sem querer, está sempre metido nas terríveis guerras!
Sabes que o Ventor tem um amigo chamado Iatros que lhe disse que quando era puto andava na ribeira de Colares a apanhar as maçãs que caíam das macieiras? E sabes que essas maçãs eram levadas para o mar e depois encostavam às boxes na praia e foi por isso que lhe passaram a chamar de Praia das Maçãs?
O Ventor diz-me que para o Iatros, tal como para ti, tudo isso, por aí, será um verdadeiro Paraíso! E olha que é um Paraíso a sério. Até maçãs tem! Mas agora vejo eu que o Ventor não trouxe uma flor de macieira. Já vi que essa o Inverno não lha ofereceu. Vai ter de a pedir à nossa amiga Primavera.
Flores de pereira
Mas também havia festa, em Colares. Festa dos Bombeiros, a que o Ventor assistiu, em plena rua. Todos imaginam as festas dos Bombeiros, não? Todos embandeirados, capacetes, fanfarras ... uma boa gente que fica bem em qualquer Paraíso e melhor ainda em redor de uma serra como a de Sintra.
Mas eu não posso ouvir o Ventor contar-me coisas. Só me apetece escrever sobre tanta coisa que ele me conta! Mas o gajo não me deixa! Diz-me que só digo disparates e perco a vontade.
Mas sempre que ele me deixe, eu aparecerei por aqui.