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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

 

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Quico o gato Companheiro do Ventor

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de bambu

 

Aqui estão as janelas da Grande Caminhada do Ventor

As Castanhas e o Verme

O Ventor prega-me cada uma!

Vejam lá se ele não está maluco e, esquece-se que eu já estou velho para algumas destas brincadeiras!

E ainda por cima vê coisas que eu não vejo!

O nosso amigo Alex disse ao Ventor que lhe ia mandar, numa caixa, pelo correio, castanhas de Arouca, mas o Ventor esqueceu-se do lixo publicitário que se acumula na caixa do correio e, na sexta-feira, cerca do meio dia, viu dois ou três papelitos de publicidade e não ligou, deixando para mais logo, julgando que o homem do correio ainda não tinha passado.

À noite, quando regressou, tirou os papéis e, por baixo deles, estava o aviso dos CTT's para ir levantar a caixa das castanhas. 2ª feira de manhã, lá vai ele, zuca-truca, aos correios, a ver se trazia as castanhas para casa. A senhora dos correiros atendeu-o e perguntou-lhe se não era cedo para o magusto, uma vez que a caixa dizia que trazia castanhas!

A minha dona juntou as castanhas com as nozes

O Ventor explicou à senhora que, para o magusto, nunca é cedo demais e que um amigo lhe tinha mandado as castanhas de Arouca, via S. João da Madeira.

Até aqui tudo bem, o pior foi quando apareceu o verme!

O Ventor começou a abrir a caixa e sabem o que tinha dentro? Um verme!

Ora como a caixa ficou nos correiros o fim de semana, o verme, juntamente com os seus amigos, resolveu fazer uma festa e, para isso, disse-me o Ventor que o verme lhe disse que, a sua rapaziada precisava de se entreter pois não podiam ficar o fim de semana de braços cruzados à espera de seguna-feira. Por isso, disse ao ventor: "saí das castanhas, olhei os teus sapatos, vi que eram bonitos e apeteceu-me calça-los"! "Depois olhei a saca verde dos Yucas e apeteceu-me fazer um fato, como faltava o cinto e estava lá, peguei nele e apertei a cintura. Depois, com a calçadeira dos sapatos inventei uma espada. Diz lá que não pareço o Dartacão"?

Mas o Ventor olhou e gostou das flores que enviaram para a minha Dona

"Por isso, como tu és o Ventor e sabes que não fico com nada de ninguém, apenas vivo com umas castanhinhas, entrego-te tudo e, se me deixares vou ter com os meus".

Então o Ventor, limitou-se a perguntar-lhe se os gajos se divertiram bem e disse-lhe para pegar na tropilha dele e se porem a caminho, pois ia colocar as castanhas numa cesta ao sol e que o melhor era pirarem-se todos, pois se não se pirassem iriam rebentar como as próprias castanhas, quando elas tivessem o seu célebre encontro com o grande braseiro que serve de divertimento a Vulcano.

O raio do verme, nem pensou duas vezes! Mandou-se de cabeça pela varanda e depois, lá em baixo, utilizando uma linguagem de código, tipo batuques de guerra, começou a chamar os seus amigos. "Rapaziada venham daí, que o Ventor deu-nos umas tréguas"!

E, até para os vermes, onde há flores, há tréguas!

Foi assim que o Ventor começou a festa das castanhas este ano. Não são de Sintra, não são do Mesio, ... nem dos soutos da Várzea ou outros locais conhecidos do ventor, mas são castanhas de Arouca enviadas pelo nosso amigo Alex.

Mas o ventor quer é castanhas, não importa de onde!

Obrigado Alex.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

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