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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

 

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Quico o gato Companheiro do Ventor

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de bambu

 

Aqui estão as janelas da Grande Caminhada do Ventor

Salamanca

Mas o Ventor também me falou de Salamanca.

Salamanca foi a 2ª Universidade a ser instalada em toda a Espanha, mas pode muito bem ser considerada a primeira uma vez que aquela que primeiro existiu desapareceu da circulação após cinco anos de existência. A 1ª foi aquela a que podemos chamar uma Universidade abortada, termo aqui utilizado como quando na Força Aérea, uma operação era cancelada, segundo o Ventor. Por isso, como foi uma operação cancelada após 5 anos de existência, o Ventor chama-lhe aborto. Essa Universidade abortada foi uma universidade criada, em Palência, em 1175 e durou até 1180. Por isso, Salamanca, ficou a ser a mais antiga Universidade Ibérica existente até hoje.

A Universidade de Salamanca foi fundada pelo Rei Afonso X, em 1218 e, segundo dizem os livros e os livros é que sabem tudo, é a 8ª Universidade mais antiga do Mundo. Talvez um dia fale aqui das 7 primeiras. Quem sabe? Pode ser que o Ventor lhe dê para me falar delas, mas agora só vos falo desta. Claro que uma Universidade não nasce feita como um ovo! Vai-se fazendo e os seus promotores fazem tal e qual como a galinha. Começam a cacarejar antes de pôr o ovo e muito mais depois de o pôr. Mas a galinha cacareja com a obra feita e os promotores de uma obra, como uma Universidade, cacarejam durante séculos. Senão vejam!

Nos primórdios desta grande obra, Afonso X instituiu-a com a categoria de Estudos Gerais do seu Reino. Isto, na época, queria dizer que se tratava de um estabelecimento público onde eram ensinadas diversas disciplinas, e onde podiam entrar todos os que tivessem merecimento para isso, garantindo também que os títulos conseguidos tivessem o seu "real" reconhecimento.

Por ter falado em cacarejar, recordo aqui que esta Universidade levou cerca de dois séculos a ter os seus próprios edifícios onde pudesse ministrar a docência. Até ser possuidora dos seus edifícios ministrava as aulas no Claustro Catedrático do Templo Magno da cidade, na Igreja de S. Bento e em algumas casas alugadas ao cabido e, ainda durante o reinado de Afonso X, conhecido por Sábio, os Estudos Gerais foram transformados em Universidade.

Foi um Cardeal de Aragão, de nome, Pedro de Luna, o seu grande protector vindo a impulsionar a compra de edifícios e a construção das Escuelas Mayores, o edifíco que a partir de 1411, passou a ser o edifíco histórico da Universidade. Diz-me o Ventor que esse cardeal foi o Papa de Avinhão, de nome, Bento XIII. Talvez venha a ser outra história num futuro roteiro de mais um "raid" do Ventor.

A Universidade era constituída por colégios que eram organizados conforme a origem maioritária dos seus estudantes e eram destacados como os mais importantes, entre outros, o Colégio de Oviedo, o de Cuenca, o dos Nobres Irlandeses ...

Esta Universidade, diz-me o Ventor foi a principal fornecedora de especialistas que administravam a monarquia espanhola. Foram matemáticos de Salamanca enacarregados de estudar a reforma do calendário de então, por um papa chamado Gregório XIII, propondo a solução que posteriormente foi adoptada, e de que resultou o chamado calendário gregoriano, o nosso calendário actual.

Salamanca atingiu o auge da fama nos finais do séc. XVI, quando ali conviveram alguns dos mais fomosos intelectuais da Península e que formaram a famosa Escuela de Salamanca. Por esta altura esta universidade admitia cerca de 6.500 alunos por ano o que a tornava uma das maiores universidades de então e foi nela que estudaram alguns dos mais famosos portugueses do Renascimento. Na actualidade, a Universidade de Salamanca tem mais de 35.000 alunos e é uma instituição muito prestigiada na Europa, onde cursam estudantes de todo o mundo castelhano.

Mas na vida de uma instituição, tal como na vida das pessoas e até dos gatos, há vários impecilhos que atrapalham a sua Caminhada, como aconteceu durante as invasões francesas. Muitos dos seus colégios foram destruídos pela vanditagem e para utilizar as pedras na construção de defesas.

As Bibliotecas da Universidade foram expoliadas dos seus melhores fundos, e muitos dos seus fundos foram recapturados na bagagem do rei José I após a batalha de Vitória, em 1813. Uma parte desses livros foram oferecidos, como agradecimento, a Lord Wellington, por Fernando VII.

Os restantes foram integrados na Biblioteca do Palácio Real e só foram recuperados pela Biblioteca da Universidade, em 1954.

As referências culturais de Salamanca são: as Catedrais, os Palácios de Anaya, de La Salina, de Monterrey, a Torre de Clavero, o Convento das Dueñas, a Casa das Conchas e os museus Catedrático, das Dueñas e Diocesano. Podemos dizer, mesmo, que Salamanca é um museu vivo.

Como sabem, Salamanca é uma das províncias que constituem Castilha e Léon e é parte cultural do antigo reino de Léon. Confina a Oriente com a província de Ávila, a sul com a província de Cáceres, a oeste com Portugal a norte com Zamora e a Noroeste com Valladolid. É a 3ª das 9 provícnias de Castela e Léon, com uma superfície de 12.336 Km2 e tem uma altitude média de 830 mts (mais ou menos a altura do Poulo do Muranho, diz o Ventor). O rio que mata a sede a Salamanca é o rio Tormes através do embalse de Santa Teresa. Nasce na serra de Gredos e sobre este rio, na cidade de Salamanca, existe uma belíssima ponte romana por onde passava a chamada Rota da Prata, uma estrada ou calçada romana que seguia desde Astorga até Cádis, passando por Salamanca, Mérida e Sevilha.

Mas esquecendo tudo isso, pois os objectivos eram Burgos e Picos da Europa, o Ventor que muitas vezes é do contra e prata para ele não conta, seguiram pela E80, rumo a Burgos, como já vos disse, de visita ao seu amigo Cid Espero ter-vos contado, embora muito resumidamente, tudo o que o Ventor me contou sobre Salamanca. Se falho alguma coisa, vai-me criticar até ao fim do ano mas, tal como ele correu por Salamanca, assim corro eu por aqui. Espero seguir na minha caminhada virtual para Burgos.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia