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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

 

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Quico o gato Companheiro do Ventor

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de bambu

 

Aqui estão as janelas da Grande Caminhada do Ventor

As amiguinhas do céu

Hoje vou fala-vos das nossas amiguinhas dos céus! É assim que o Ventor lhes chama e eu acho-lhes muita piada!

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Andorinhas

Elas, as andorinhas, embelezam os céus de Portugal! Há dias, o Ventor chegou aqui a gritar para mim que viu uma amiguinha do céu - a primeira, em 2005! Foi na serra da Mira, em 17 de Março de 2005. Agora eu vejo-as todos os dias. Basta ir às varandas! De um lado vejo as amiguinhas do céu e do outro a mesma coisa. Só que, de um lado, duas amiguinhas do céu estão a fazer a sua casota por baixo da varanda ao lado da nossa! Então o Ventor diz que os machos são mais calões. Assim como ele e como eu!

O macho arma-se em arquitecto e imagina-se a ver a planta para a sua nova moradia, enquanto a fêmea vai buscar a matéria-prima para a construção. Depois o macho tem vergonha e lá vai também! Elas são muito lindas a voar e eu só me apetecia agarrar uma com estas patarronas e dar-lhes muitos beijinhos ou, se preferirem, lambusadelas de gato! Mas a visavó da Joana contou-nos uma história a mim e ao Ventor.

Diz que quando era pequena o Sr Alves, um homem que já não existe, tinha uma taberna perto da casa dos pais dela. Nessa tasca, os homens iam beber uns copos e petiscar algumas coisas e quando vinha a Primavera, as andorinhas, as tais amiguinhas do céu de que o Ventor nos fala, vinham das suas longas viagens e aterravam na sua tasca. Entravam pela tasca dentro, no meio das pessoas e começavam logo, apesar do cansaço da viagem, a construção da sua mansão de Primavera e Verão.

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Vejam como esta andorinha é linda

O Senhor Alves gostava tanto das andorinhas, devia ser como o Ventor e como eu, e não se importava nada que elas construíssem as suas mansões nas esquinas do tecto, que era bem alto. Mas o engraçado não era só as andorinhas construírem as suas casotas no meio das pessoas, era elas dormirem lá dentro quando à noite a tasca fechava a porta e de manhã, ao romper do dia, começavam a gritar pelo Sr. Alves para ele abrir a porta, pois precisavam de recomeçar o trabalho e quando mais tarde tinham os filhotes, precisavam de ir buscar comer para eles.

Era uma azáfama para elas e para o Senhor Alves que tinha de limpar tudo. Logo de manhã as andorinhas começavam a gritar: "Ó Alves, abre a porta, temos de sair que se faz tarde"! E à noite o Alves não gostava nada que elas estivessem sempre a pedir-lhe para apagar a luz do candeeiro a petróleo e para fechar a porta. Mas o Senhor Alves gostava muito delas e durante anos foi assim. Iam e vinham, geração após geração. Os filhos aprendiam com os pais e voltavam sempre. E todos os anos os clientes também se habituaram ao bulício das andorinhas e gostavam, até que um dia tudo acabou. O senhor Alves morreu, a tasca acabou, os filhos do Senhor Alves trataram de vida cada qual por seu lado e as andorinhas tiveram que ir arranjar outros sítios para continuarem as suas vidas.

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Agora, muitas habitam o Palácio de Queluz, o local onde o Ventor casou, há muitos anos, quando as suas ascendentes estavam já de abalada. Diz o Ventor que elas, as descendentes das gerações passadas ainda devem andar por aí. Eu acredito no Ventor porque ele estudou as migrações das andorinhas e fixou algo de muito provável. Diz o Ventor que as andorinhas voam entre a Europa e a África a Sul, bem lá para os confins da África. Elas têm de atravessar os desertos, como o Saará e muitas que partem daqui não chegam ao seu destino e as que chegam, quando tentam voltar cá, também não. Muitas morrem de sede e de cansaço ou são apanhadas por predadores!

Mas nesse estudo, diz o Ventor, que os especialistas chegaram a uma conclusão muito interessante. As andorinhas têm dois trilhos predominantes entre a Europa e a África e vice-versa! As andorinhas que escolhem Portugal vêm de Moçambique e as que escolhem a Inglaterra vêm da África do Sul. Segundo consta, elas seguiam os barcos que caminhavam entre esses países e através dos séculos ganharam hábitos. Esses hábitos ter-se-ão tornado para elas uma rotina de vida.

Mas agora, depois da minha história não acham que chegou a altura de não prejudicarem mais as andorinhas? As pessoas não gostam que as andorinhas façam os ninhos nos tectos das suas varandas, porque acham ser uma porcaria e trazem piolhos e tudo isso. Mas hoje, não há piolhos que resistam ao modernismo e com um pouco de vontade cabemos todos na varanda. As nossas varandas são fechadas, mas o Ventor diz que se as andorinhas quisessem fazer a sua mansão nas suas esquinas caberíamos todos e eu garanto-vos que também deixava! Protejam as andorinhas. Elas são tão lindas! E são muito úteis a comer biliões dos nossos inimigos - mosquitos.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia