Amigo em perigo
Se quiserem podem carregar nos Velhos Trilhos para verem a Tasca do Sonho
O Ventor, uma noite destas, mais o avô do Tomás foram à procura de um angolano que, com uma grande piela e sem carta, lhe partiu o carro na rua. A Polícia (sete polícias, ou tudo ou nada), levantou um auto e o Ventor foi lá, à Esquadra de Queluz, pedir o nome e a morada daquele desgraçado que lhe partiu o seu lindo brinquedo - o seu carro velhote!
Muito simpático o homem de 29 anos. Quanto a isso, nada a dizer! Tem duas filhotinhas pequenas e ele iria ser presente a tribunal ontem e não sabemos ainda como ficou o caso. Mas o pior de tudo é que lá no bairro há uma escola com grandes portões e haviam lá dentro uns três cães e quando iam a passar no carro, viram um cão a correr e que, meio maluco, quis entrar pela grade de um dos portões. Entrou a cabeça e todo o corpo até às ancas e depois nem para trás nem para a frente. Ficou preso!
O desgraçado do cão gritava para o ajudarem e entretanto, um negro que passava caminhava para o portão para o ajudar e o Ventor mais o meu amigo deram a volta ao carro e encostaram junto ao portão quando o negro tentava ajudar o cão, mas estava com receio que ele se voltasse e o mordesse.
O Ventor aproximou-se do cão e começou a falar com ele, com toda a meiguice, como se de uma pessoa se tratasse e o animal foi acalmando ao ponto de olhar o Ventor com olhos de uma grande meiguice. O cão era grande e sendo vadio, metia algum respeito. Fazia lembrar o cão que, segundo o Ventor, lá no Hades, guardava os maus que estavam às ordens do Belzebu.
O negro meteu um pé à grade de ferro de um lado e o Ventor à oposta e o avô do Tomás fazia força com as mãos. O Ventor dizia ao cão para tentar uma perna de cada vez e ao mesmo tempo que fazia força levou lá a mão a ensiná-lo e não é que o bicho percebeu!
Aquele amigo aterrorizado safou-se e foi ter com os amigos que estavam lá dentro. Muito sofrem os animais neste mundo. E agora como é que ele terá saído? Essa pergunta ainda hoje está na cabeça do Ventor!