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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

 

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Quico o gato Companheiro do Ventor

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de bambu

 

Aqui estão as janelas da Grande Caminhada do Ventor

O Sardão da Peneda

Mais uma das histórias do Ventor!

No dia 11 de Julho, descendo com o Alex e com a Tina aquelas escadarias da Senhora da Peneda, quando Apolo já beijava todo o vale, o Ventor disse-me que se apercebeu, ainda um pouco longe que, lá em baixo, num outro lance de escadas, havia uma imagem que, pela forma, lhe parecia familiar.

À medida que nos aproximávamos, o objecto e a sua sombra deixaram de parecer um sardão e passaram a ser o sardão!

O Ventor caminhava e, como costuma, ia olhando tudo em volta, como se costuma dizer, sempre com um olho no burro e outro no cigano e se ali não haviam nem burros nem ciganos, sempre haveriam cobras e lagartos! E, então, apercebeu-se que se tratava de um objecto que com a sua forma e sombra lhe fazia lembrar um sardão ou, então, teria de ser mesmo um sardão.

Caminhando mais um pouco, apercebeu-se que se tratava de um sardão e, por sinal, um sardão bem atrevido na sua maneira de olhar o mundo, o Ventor e os amigos!

Ele não queria acreditar que o seu local preferido seria também um local de tormenta devido à gente que por ali passa, mas o Ventor sabe que ele pode arranjar melhor palácio por ali

Primeiro, ele não fugia dos três caminhantes que, sem pressas, se dirigiam em sua direcção e, apontando as máquinas, começaram a fazer "fogo"! Click ... click ... click ...

Então o bicho que, mesmo não sendo duque nem conde da Peneda, impertigou-se contra os paparasis atrevidos que lhe estragavam a toma das benesses do nosso amigo Apolo que, na Peneda, àquela hora da manhã, sabem sempre bem. Portanto, nem pretendia retirar-se, nem dar benesses àqueles paparasis feitos à pressa.

O seu sossego é permanentemente perturbado pelos turistas que nunca se cansam de desgastar as escadarias da Peneda

Mas quando se convenceu que aqueles três não se desviavam nem que a vaca tossisse, ele torceu-se um pouco e arqueou o rabo em tom de ameaça. Disse-me o Ventor que imaginou logo um sardão reguila e cheio de juventude, julgando-se um novo senhor do mundo. Mas o Ventor que chegou a pensar que aquele reguila iria avançar para ele, lembrou-se que esses marotos já têm feito isso, embora nunca com ele. Mas conheceu casos desses, tais como mulheres vestidas com saias ou vestidos com tons vermelhos. Mas o Ventor que ia um pouco à frente da Tina, reparou que ela não levava nada vermelho e se o bicho lhe passasse pela cabeça uma sortida, seria ele o primeiro alvo e imaginou-se com o sardão agarrado às calças lembrando-se dos gritos do seu companheiro de guerra, Coutinho, que em Marrupa, numa noite da caçada às ratazanas, gritava: "Ventor esta gaja não me larga as calças"!

Chateado ou não, ele terá dito: "chiça! Será que não irei ter sossego"?

Seria o sardão reguila capaz de atacar o Ventor?

Nah! Ele achou que não, mas quem sabe? O sardão esteve preparado para o impulso, mas tomou o caminho certo. Desceu o degrau e enfiou-se no seu palácio de verão!

Agora que me recordo do que o Ventor me tem dito sobre a romaria da Senhora da Peneda, com os romeiros a subir e a descer as escadas, que fará o lagarto em Setembro?

Será que se junta à malta e vai com eles pedir a protecção da Senhora da Peneda?

Seja o que for que aconteça, o Ventor já pediu à Senhora da Peneda para dar protecção ao sardão, seu guardião porque, sendo assim, ele ainda vai conseguir animar outras gentes e, quem sabe, num dia dos próximos anos, o Ventor volte a ver o bicharoco como ele gosta! Todo vestido de verde com aquela grande papeira azul e, a dizer ao Ventor que já é o amigo que ele esperava - o Grão Sardão - Duque da Peneda!

E, mais uma vez, lá decide refugiar-se nos seus aposentos

Ele é ainda um rapazola, quando um dia, com sorte, for mais velho, será um grande lagarto. Na passagem da Peneda, para Lamas de Mouro, fica a Portela dos Lagartos e todo o ambiente da serra da Peneda é propício à existência de grande lagartos ou sardões. Com um pouco de sorte eu acho que um dia, o Grão Sardão, fará jus à célebre Portela dos Lagartos!

Acredito que este seu parente morreu de hipotermia e não afogado! A água não é muita e escorre por entre as pedras, mas o frio nocturno sim e ele não terá tido oportunidade de se safar dali. Afinal, ele apareceu na Primavera para apanhar banhos de sol e não fazer natação!

Este seu parente, terá caído à água que desce da cascata da Meadinha e passa por baixo do Hotel e por baixo do terreiro da Peneda, frente à igrela. Há um local à saída do Hotel que é aberto, mas depois passa por baixo do terreiro. Foi nessa abertura que nós o vimos de papo para o ar e metia pena ao sabermos que ainda teria tanta vida pela frente!

Ele ter-se-á metido em bolandas e, como a água é gelada, terá morrido de hipotermia. Por aqui devemos acreditar que tal como os homens, nem todos os lagartos têm sorte.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Branda da Aveleira

Nos montes, em redor da Branda da Aveleira, existe um dos paraísos dos garranos. Por ali, diz-me o Ventor, eles têm nichos de fetos altos, de urzes, de arbustos, de algumas espécies, de árvores várias e, fundamentalmente, muito comer e muita água.

 

Tal como nos belos montes da Tessália, por aqui também  há Bucéfalos

Como já vos contei por aqui, algumas histórias que o Ventor me contou, na Grécia Antiga, no tempo do seu amigo Alexandre Magno, havia nos montes da Tessália e nas suas florestas, belíssimos cavalos e, foi no seio desses cavalos que foi encontrado o célebre Bucéfalo.

Bucéfalo e outros!

Todos os cavalos de Alexandre Magno terão nascido e sido criados na Tessália e, como devem calcular, Alexandre não dispunha apenas do Bucéfalo para travar as suas batalhas. Ele, segundo me contou o Ventor, chegou a ter 13 cavalos prontos para o combate mas, ele e o Bucéfalo (o mais guerreiro de todos os seus cavalos) formavam, de facto, um verdadeiro corpo de combate!

O Ventor chegou a dizer-lhe, meio a brincar, meio a sério que, melhores cavalos que os dos montes da Tessália, só, de facto, os que haviam nos montes que mais tarde, ele viria a chamar de suas Montanhas Lindas.

Os garranos, sempre foram e continuam a ser, belos companheiros de algumas das mais lindas caminhadas do ventor

Nas suas caminhadas pelos picos das serras de Soajo e da Peneda, na companhia da bela Diana, eles chegavam a montar os garranos e correr todos os vales e montanhas, entre ursos, javalis, corsas, lobos, ... e o Ventor, pelas suas caminhadas de milénios, nunca esqueceu aqueles perfumes.

Lá em cima, vê-se o muro direito do Fojo do Lobo que desce da zona da fonte das Forcadas para o buraco. Foi um pouco afastado da ponta desse muro que o Ventor, ainda "catraio" enfrentou, de vara na mão, uma loba que chegou a pensar saltaria sobre ele para se dirigir para a Brusca. Quando pela segunda vez a loba tentava forçar a passagem, foi o tiro com um canhangulo de carregar pela boca do ti Zé Ribeiro, que a fez abandonar os seus intentos, pensa o Ventor, iniciando a sua corrida para a morte 

 Nesses tempos, os vales e os montes que hoje formam as Montanhas Lindas do Ventor, os garranos selvagens, enfrentavam poderosos lobos em alcateias e os poderosos ursos que, então, por lá caminhavam.

Hoje tudo é diferente, mas o Ventor continua, como sempre, com ou sem a companhia de Diana, a caminhar entre os garranos, selvagens, semi-selvagens ou domésticos e, tal como sempre, neste mês de Julho de 2009, o Ventor caminhou entre os garranos pelas meias encostas das suas Montanhas Lindas e, tal como na velha Tessália, eles nascem, vivem e morrem nos seus grupos.

O Ventor, ainda hoje vive a euforia de outros tempos quando se depara com os garranos que continuam a ser belos "habitantes" do Parque Nacional da Peneda-Gerês

O Ventor diz-me que, hoje, os lobos não atormentarão muito os garranos, mas antigamente, as grandes alcateias de então, faziam dos garranos a sua melhor fonte de subsistência. Eles isolavam os velhotes ou as crias, montavam o cerco e, quando cansados, feriam-nos de morte.

Era assim onde hoje fica a Branda da Aveleira, era assim por Lamas de Mouro, era assim no monte Gião, era assim nos picos altos das suas Montanhas Lindas. Mas hoje, quase não há lobos, ou há poucos ou nenhuns. Hoje as crias dos garranos não correrão grandes perigos.

Eles, novos ou velhos, são belos companheiros se os deixarem em paz

Mas vejam como os garranos são lindos por estes lados da Aveleira ou pelos montes da Gave ou de Cavenca. Por aqui existe um grande "principado" de garranos, nas serras da Peneda e Soajo. É um prazer observar o amor das famílias e dos grupos.

No grupo, através dos séculos, terá sido sempre usada a máxima utilizada pelos Três Mosqueteiros. " Um por Todos e Todos por Um"!

Se calhar foram os garranos que indicaram a moda aos Mosqueteiros de Luis XIII!

Lembram-se do Dartagnan e dos Mosqueteiros do Luis francês? Eu acho que, se eles não aprenderam com os garranos, terão aprendido com os burros da Gascogne!

Também, hoje, não correm os grandes perigos de outrora, quando eram ameaçados por lobos famintos. Hoje, o seu maior perigo, são animais mais irracionais que os lobos que chegam a matá-los a tiro, em plena estrada, como foi noticiado nos Media

O Ventor disse-me que, quem desce da Pedrada, pelo Curral do Pai (descida moderada), vai observando toda aquele área plana, à sua frente, a que chamaram de Seida. Atravessando toda a Seida, começamos a descer (descida mais acentuada), rumo à Branda da Aveleira e veremos à nossa frente, no lado oposto, os montes que se elevam acima da Branda da Aveleira, onde passa a estrada para a Gave e Cavenca e ... por diante, montes opostos à Seida e à Pedrada.

Aí têm a jóia da coroa do Ventor - a Pedrada! Na zona baixa da esquerda fica a Fonte das Forcadas, uma nascente de água pura, a nascente mais alta da serra de Soajo. Entre este primeiro monte (a descida para a Branda da Aveleira) e a corga das Forcadas que passa ao fundo do Curral do Pai, aquela zona inferior da Pedrada, fica a Seida, escondida dos nossos olhos e quem não a conhece, não imagina, pela foto, a sua grandeza

Em toda esta bela região, vivem em liberdade, as vacas e crias, os garranos e crias mas, rumando de S. Bento do Cando para S. António de Vale dos Poldros, Gave e Cavenca, observamos (diz o Ventor), à nossa esquerda, grupos de garranos em pleno paraíso. Por ali existem árvores, como existiam na Tessália, onde os cavalos e as vacas se escondem do calor e das moscas. Era assim, em locais frescos, que o Ventor gostava de dormir a sesta com as suas vacas e, ainda hoje, em cada caminhada que faz, vê passar esses recantos pelo seu cérebro, tal como se tivesse visto um filme que jamais esqueceu.

 

Estes montes são o oposto à Pedrada. Depois de descer da Seida para a Branda da Aveleira, recomeçamos a subida, metro a metro, até atingirmos os montes entre a Aveleira e a Gave

Nem imaginam os filmes que ele tem presentes no seu sótão!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Os Gaios e o Ventor

Hoje o Ventor voltou a falar-me de gaios e a relembrar-me o seu amigo de Lamas de Mouro.

Vejam lá como esta coisinha é linda! Ficou todo contente ao dar de caras com o Ventor

Na 2ª feira da semana passada, a avó do Tomás chamou o Ventor para vir aqui ao meu miradouro observar dois pássaros muito bonitos, nas árvores em frente. O Ventor veio a correr e disse que os pássaros lindos eram dois gaios. Esses gaios disseram ao Ventor que tiveram conhecimento, pelo Senhor da Esfera, que ele iria fazer algumas caminhadas  ou rondas, pelas suas Montanhas Lindas e, então, decidiram vir cá para entregar uma mensagem ao Ventor, dos amigos do Sul para ele levar aos amigos do Norte.

Depois firmou-se bem a observar os companheiros de caminhada do Ventor e o grande olho que o Ventor lhe apontava

O Ventor recebeu a mensagem e foi a correr buscar a máquina mas passou uma pessoa e eles fugiram, gritando para mim que não podiam confiar em ninguém e disseram-me: "diz ao Ventor, Quico, que nós fomos indo"!

Nesse dia, o Ventor foi para Norte e disse-me para dizer a estes amigos, se passassem por aqui, que entregaria a mensagem deles a um amigo que ele tem em Lamas de Mouro, desde 2006.

E querem saber uma coisa? Esse amigo de Lamas de Mouro recebeu a mensagem e posou para o Ventor enquanto preparava a resposta noutra mensagem para os amigos do Sul.

Claro que o Ventor tirava fotos e lia-lhe a mensagem dos gaios "mouros" do sul

Se repararem bem, verão que o amigo de Lamas de Mouro nunca tirou os olhos do Ventor e dos seus companheiros de caminhada.

Sempre que o Ventor disparava a máquina ele tinha os olhos apontados para eles. Claro que a máquina estava no módulo silêncioso e não faz barulho nenhum mas, mesmo assim, ele não desviava o olhar. Outros observavam das árvores.

Eu já vos tenho dito, por aqui, que os gaios são dos tais companheiros que o Ventor nunca esquece. E, também, por isso, quando o Ventor os reencontrou por aqui, recordaram-lhe que, com eles, o Planeta Azul continua a exibir a sua beleza. Por isso, em 2005, o Ventor ia levar-lhes água!

Ele até dava pulinhos de contente à medida que o Ventor transmitia as saudações dos gaios da Amadora e arredores

Hoje de manhã, o Ventor foi para a varanda espreitar a nossa rapaziada como faz todos os dias e, às vezes, pega em mim ao colo e vamos espreitar os dois juntos. Estive a observar os gaios e reparei como eles são mesmo lindos e como controlam tudo com uma eficácia enorme.

Depois, como eles se mantinham por ali, olhando tudo, poisou-me no meu miradouro e foi buscar a máquina mas, quando chegou, um já tinha saído dali e o outro voou de uma árvore para o chão relvado mas as árvores à nossa frente não o deixavam ver para fotografar, impedindo mais uma bela foto do Ventor.

Pulava para lá e para cá dessa divisória, e todos os animais das redondezas se divertiam! O Ventor até viu um dos esquilos a dar cambalhotas na árvore e os chascos davam grandes gargalhadas. As vacas e os cavalos garranos olhavam estupefactos

Depois só ouvimos um dizer: "adeus  Ventor, até breve. Já vimos que o Quico gostou de nós e que vai ficar à nossa espera. Um dia destes voltaremos. Agora vamos levar a mensagem dos nossos amigos nortenhos,  ao nosso maralhal"!

Agora, mais estes amigos do Ventor passam a ser meus amigos também. E sabem o que me disseram?

Disseram-me que, quando os carvalhinhos que plantaram aqui no jardim, forem grandes e derem bolotas, eles voarão e caminharão por aqui mais vezes.

Por fim deu mais um pulinho e disse que ia levar a mensagem a todos aqueles que não ouviram o Ventor

Dantes, o Ventor falava-me nos gaios e lá me ia trazendo uma fotozinha mas, agora, tudo é diferente! Já sei o que o Ventor sente quando me diz: "Quico, hoje ouvi grasnar os gaios"!

São mesmo lindos estes pássaros e eu já calculo como a Assureira terá sido tão linda com eles a esvoaçarem entre os carvalhos!

Sabem que o gaio tem um voar rocambolesco, desengonçado, lento, e torna-se um alvo fácil para os seus predadores. O Ventor já safou dois gaios de serem apanhados por falcões ou açores, ou ... O Ventor disse-me que, para tentar caçar gaios nas árvores, seriam açores ou outro tipo de rapaces com vantagem neste tipo de caça.

Virou-se e foi-se embora mas, antes, pediu ao Ventor para voltar a passar por lá para receber a mensagem deles que iria ser discutida em assembleia geral de todos osgaios que  esvoaçam  pelos vales daquelas Montanhas Lindas

Mas o Ventor diz que este ano viu muitos gaios, pela Galiza e pelas suas Montanhas Lindas e, por isso, pelos sítios por onde passou, observava, também, a beleza do Planeta Azul nas peninhas azuis que o gaios têm nas asas.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Cisnes, na Ribeira da Falagueira

Olhem o que o Ventor fez!

Veio tudo para junto de nós!

Os patos, os cisnes, ... toda aquela bicharada do Parque Central. Eu vejo-os aqui do meu miradouro e vi o Ventor a fotografá-los a todos.

O cisne Pinguinhas, entre as flores

O casal Pingas, na sua nova morada

Quando fizeram o jardim aqui na ribeira da Falagueira, a que chamaram de Parque Aventura, o Ventor andava triste porque o jardim não tinha um único dos seus amigos (dos nossos amigos)!

Um dia chegaram junto do Ventor e disseram-lhe que já tínhamos por aqui quatro patos e já tudo estava bem mais bonito. Eram três patos e uma pata, os belos patos reais que enfeitam os nossos jardins. Ficaram por aí e a pata fez criação de patinhos, tendo alguns sobrevivido.

O chefe dos patos mudos, dialogando com o Ventor sobre a sua nova vida

Os meninos alvos, pensam se alguma vez vão querer voltar ao Parque Central

Mas antes desses quatro patos, e antes de fazerem o jardim, haviam por aqui cobras. Um dia, quando o jardim já estava feito, o Ventor dirigia-se às finanças e tropeçou numa cobra que, pelos vistos, teria saído por uma tampa dos esgotos. Eu, daqui do meu miradouro só via o Ventor, de máquina na mão, debruçado sobre a relva e a tirar fotos. Quando ele trouxe as fotos eu nem acreditava no que via. Uma cobra! Essa cobra foi a primeira amiga do Ventor a instalar-se nestas novas paragens.

Como será quando o dilúvio tomar conta da ribeira?

A galinha d'água diz que assim, alertam-se melhor uns aos outros

Depois houve uma sequência de vindas e idas e de idas e vindas e tudo isto, por portas e travessas, até se foi compondo. Veio a neta da Isabelinha, teve filhotes e continuam por aí e o Ventor levanta-se de manhã e vê garças a chegar ou a partir, vê patos, entre os jardins, no seu vai-vem, e agora cá está tudo!

Com o dilúvio isto não será a mesma coisa, não!

Aqui não há racismos, as cores embelezam tudo isto

Os cisnes, a família do Sr. Pingas, trouxeram-na para cá, porque mataram a menina Pingas no Parque Central e ainda não sabemos como foi. Mas o Ventor disse-me que estão lá a fazer umas obras, viraram tudo do avesso e, tarde e a más horas, trouxeram para cá a bicharada. Mas estão todos contentes por estarem aqui junto de nós.

Mas o Dr. Pingas não está lá muito contente, e olhava quase sempre o Ventor com a cabeça debaixo da asa. Ontem foi uma tristeza ver o Pingas a matutar na sua vida.

O Pinguinhas novo, triste pela morte da irmã, está bem organizado entre os patos e as galinhas d'água e é ele que estabelece os regulamentos, mas é tão bonzinho que todos se dão muito bem.

O Pinguinhas nunca teve tanta erva, tanta coisa boa no outro lado

A verdade é que o Ventor já me ensinou a mim e já disse a estes pingas e amigos que as coisas boas acabam depressa

Agora, o meu azar é que o Ventor vai sair amanhã, por esse mundo fora, sem bússula e eu vou ficar aqui sem poder saber o que se passa, mas se a garça ou outro me for dando informações, talvez fique a saber alguma coisa.

Por isso, tudo o que souber, só vos contarei quando o Ventor vier. Até lá, um abração para os cavalheiros e uns beijinhos para as senhoras. Tudo de bom para vós. Eu acho que a minha dona não vai puder ficar por aí fora muito tempo e é se ela aguentar!

Estes nasceram todos cá. Têm uma mãe extremosa!

Só que agora a concorrência vai ser bem maior, mas haverão outros cuidados também. Sempre haverá gente a alinhar com umas buchas!

O Senhor Pingas dizia ao Ventor: "Não sei se vou gostar disto por aqui Ventor"! Os lagos não são grandes para eu me divertir

Ciao!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Pequenas Caminhadas do Ventor

O Ventor todos os dias leva a minha dona à Fisioterapia e todos os dias dá uma caminhada de cerca de uma hora, enquanto espera.

Ele teve por companhia, nos últimos tempos, os peneireiros da Luz e até descobriu a sua casa, no Estádio da Luz. Posso dizer-vos o que o Ventor me disse. Os peneireiros são uma maravilha! São mesmo, bons companheiros.

Hoje o Ventor dedicou-se a outros companheiros de caminhada, tal como este gafanhoto verde, ali mesmo junto ao "Ninho da Pega"!

Este gafanhoto, até parece sportinguista!

Será que quer ir par sócio do Benfica? Neste mundo tudo é possível!

Mas depois do gafanhoto, o Ventor dedicou-se a estas minúsculas borboletas que lhe disseram que andavam por ali para baralhar a águia. Vejam lá que até estas minúsculas borboletas, que a máquina do Ventor fez crescer, querem ser simpáticas com o Ventor. Elas disseram-lhe que não queriam nada com aquela águia e o Ventor que até gosta dela. Dela, da águia!

Esta até se pôs de rabo para o ar a fazer uma vénia e a pedir desculpa ao Ventor

Esta pediu desculpas ao Ventor e ao Senhor da Esfera por ficarem com tão má ideia da águia. Pensavam que o Ventor não gostava dela!

Esta manteve-se de rabo para o ar e só desfez a vénia quando o Ventor lhe disse que a águia não tinha nada a ver com a Pêga da Luz. Elas não são a mesma coisa. A águia é a águia e a pega é a pega!

Este novo companheiro de caminhada do Ventor, continua a observá-lo como tem feito todos os dias. Mas hoje decidiu acabar com a curiosidade e perguntou-lhe porque andava ali atrás dos peneireiros que eram perigosos para ele. Leva os gajos para longe Ventor, senão eles podem terminar com a minha festa por aqui. Olha que esses gajos até gafanhotos comem. Podem fazer-me a vida negra!

Este rapazola, diz que sabe bem a diferença entre uma pêga e uma águia real. As duas são penudas mas não são a mesma coisa, blá, blá, blá ...

Depois, o Ventor continuando a sua caminhada, dedicou-se às flores. Destas não há muitas por aí e ele perde tempo com estas belas flores selvagens para as mostrar a mim e a vós. Mas ele não sabe como se chamam e apenas continua a chamar-lhes, flores.

Digam lá que não são lindas!

Aqui a máquina fê-las crescer, para as observarmos melhor!

Mas há pouco, quase ao cair da noite, o Ventor, daqui da nossa varanda, viu este cisne. Ele pegou na máquina e foi ter com ele para ver se era um Cisne chegado de fora, cansado, tal como o pato do outro dia. Mas não! Era o filho do Pingas. O amigalhaço do Parque Central! O Ventor perguntou-lhe o que estava o Pinguinhas ali a fazer e ele, disse ao Ventor que foi a sua amiga ali do lado, e apontou para uma garça azul, que lhe disse que o Ventor e o Quico andavam por aqui e resolveu vir com ela para nos fazer uma visita.

Mas o Ventor, achou uma história mal contada e disse-me que, provávelmente, zangou-se com o pai e decidiu ir conhecer outros mundos, mas como não se tem exercitado, ao ver estes charcos de água, cá por baixo, terá resolvido fazer uma aterragem forçada e ficar por aqui. O Ventor já me disse que amanhã iria ver o que se passou. Tem de falar com o Pingas!

Este é o Pingas Jr. que veio ter connosco ...

... e que foi esta garça que lhe disse que nós estávamos aqui

O Ventor tirou uma série de fotos à garça e ela nem mexia os olhos, só murmurava para o Ventor que ainda não tinha jantado

Nesta foto, junto à água, à esquerda do Pingas Jr. está a garça na sua faina de pesca

Foi uma tarde um pouco atribulada esta do Ventor, com o nosso amigo Apolo a dizer adeus e o Pingas Jr. por aqui, e o Ventor ainda sem saber o que se passa. Veremos! 


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia