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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

 

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Quico o gato Companheiro do Ventor

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de bambu

 

Aqui estão as janelas da Grande Caminhada do Ventor

Uma rosa dos Picos ...

... da Europa, que roubei ao Ventor, para ...

 ... a melhr dona do Mundo.

Ela hoje é pequenina, faz anos, mas em vez de se divertir, foi tratar dos meus amigos, tratou das minhas unhas, aperautou-me todo para a sua festa e deu-nos muitos beijinhos, a mim e ao Ventor.

Por isso é que o Ventor anda sempre à procura dela no meio das flores. Ele diz que a minha dona é a mais linda das flores e quando ele trás flores lindas das suas caminhadas, eu ando sempre a espreitar se há alguma mais linda do que a minha dona.

Mas não há!

Feliz Aniversário, Dona.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Salamanca

Mas o Ventor também me falou de Salamanca.

Salamanca foi a 2ª Universidade a ser instalada em toda a Espanha, mas pode muito bem ser considerada a primeira uma vez que aquela que primeiro existiu desapareceu da circulação após cinco anos de existência. A 1ª foi aquela a que podemos chamar uma Universidade abortada, termo aqui utilizado como quando na Força Aérea, uma operação era cancelada, segundo o Ventor. Por isso, como foi uma operação cancelada após 5 anos de existência, o Ventor chama-lhe aborto. Essa Universidade abortada foi uma universidade criada, em Palência, em 1175 e durou até 1180. Por isso, Salamanca, ficou a ser a mais antiga Universidade Ibérica existente até hoje.

A Universidade de Salamanca foi fundada pelo Rei Afonso X, em 1218 e, segundo dizem os livros e os livros é que sabem tudo, é a 8ª Universidade mais antiga do Mundo. Talvez um dia fale aqui das 7 primeiras. Quem sabe? Pode ser que o Ventor lhe dê para me falar delas, mas agora só vos falo desta. Claro que uma Universidade não nasce feita como um ovo! Vai-se fazendo e os seus promotores fazem tal e qual como a galinha. Começam a cacarejar antes de pôr o ovo e muito mais depois de o pôr. Mas a galinha cacareja com a obra feita e os promotores de uma obra, como uma Universidade, cacarejam durante séculos. Senão vejam!

Nos primórdios desta grande obra, Afonso X instituiu-a com a categoria de Estudos Gerais do seu Reino. Isto, na época, queria dizer que se tratava de um estabelecimento público onde eram ensinadas diversas disciplinas, e onde podiam entrar todos os que tivessem merecimento para isso, garantindo também que os títulos conseguidos tivessem o seu "real" reconhecimento.

Por ter falado em cacarejar, recordo aqui que esta Universidade levou cerca de dois séculos a ter os seus próprios edifícios onde pudesse ministrar a docência. Até ser possuidora dos seus edifícios ministrava as aulas no Claustro Catedrático do Templo Magno da cidade, na Igreja de S. Bento e em algumas casas alugadas ao cabido e, ainda durante o reinado de Afonso X, conhecido por Sábio, os Estudos Gerais foram transformados em Universidade.

Foi um Cardeal de Aragão, de nome, Pedro de Luna, o seu grande protector vindo a impulsionar a compra de edifícios e a construção das Escuelas Mayores, o edifíco que a partir de 1411, passou a ser o edifíco histórico da Universidade. Diz-me o Ventor que esse cardeal foi o Papa de Avinhão, de nome, Bento XIII. Talvez venha a ser outra história num futuro roteiro de mais um "raid" do Ventor.

A Universidade era constituída por colégios que eram organizados conforme a origem maioritária dos seus estudantes e eram destacados como os mais importantes, entre outros, o Colégio de Oviedo, o de Cuenca, o dos Nobres Irlandeses ...

Esta Universidade, diz-me o Ventor foi a principal fornecedora de especialistas que administravam a monarquia espanhola. Foram matemáticos de Salamanca enacarregados de estudar a reforma do calendário de então, por um papa chamado Gregório XIII, propondo a solução que posteriormente foi adoptada, e de que resultou o chamado calendário gregoriano, o nosso calendário actual.

Salamanca atingiu o auge da fama nos finais do séc. XVI, quando ali conviveram alguns dos mais fomosos intelectuais da Península e que formaram a famosa Escuela de Salamanca. Por esta altura esta universidade admitia cerca de 6.500 alunos por ano o que a tornava uma das maiores universidades de então e foi nela que estudaram alguns dos mais famosos portugueses do Renascimento. Na actualidade, a Universidade de Salamanca tem mais de 35.000 alunos e é uma instituição muito prestigiada na Europa, onde cursam estudantes de todo o mundo castelhano.

Mas na vida de uma instituição, tal como na vida das pessoas e até dos gatos, há vários impecilhos que atrapalham a sua Caminhada, como aconteceu durante as invasões francesas. Muitos dos seus colégios foram destruídos pela vanditagem e para utilizar as pedras na construção de defesas.

As Bibliotecas da Universidade foram expoliadas dos seus melhores fundos, e muitos dos seus fundos foram recapturados na bagagem do rei José I após a batalha de Vitória, em 1813. Uma parte desses livros foram oferecidos, como agradecimento, a Lord Wellington, por Fernando VII.

Os restantes foram integrados na Biblioteca do Palácio Real e só foram recuperados pela Biblioteca da Universidade, em 1954.

As referências culturais de Salamanca são: as Catedrais, os Palácios de Anaya, de La Salina, de Monterrey, a Torre de Clavero, o Convento das Dueñas, a Casa das Conchas e os museus Catedrático, das Dueñas e Diocesano. Podemos dizer, mesmo, que Salamanca é um museu vivo.

Como sabem, Salamanca é uma das províncias que constituem Castilha e Léon e é parte cultural do antigo reino de Léon. Confina a Oriente com a província de Ávila, a sul com a província de Cáceres, a oeste com Portugal a norte com Zamora e a Noroeste com Valladolid. É a 3ª das 9 provícnias de Castela e Léon, com uma superfície de 12.336 Km2 e tem uma altitude média de 830 mts (mais ou menos a altura do Poulo do Muranho, diz o Ventor). O rio que mata a sede a Salamanca é o rio Tormes através do embalse de Santa Teresa. Nasce na serra de Gredos e sobre este rio, na cidade de Salamanca, existe uma belíssima ponte romana por onde passava a chamada Rota da Prata, uma estrada ou calçada romana que seguia desde Astorga até Cádis, passando por Salamanca, Mérida e Sevilha.

Mas esquecendo tudo isso, pois os objectivos eram Burgos e Picos da Europa, o Ventor que muitas vezes é do contra e prata para ele não conta, seguiram pela E80, rumo a Burgos, como já vos disse, de visita ao seu amigo Cid Espero ter-vos contado, embora muito resumidamente, tudo o que o Ventor me contou sobre Salamanca. Se falho alguma coisa, vai-me criticar até ao fim do ano mas, tal como ele correu por Salamanca, assim corro eu por aqui. Espero seguir na minha caminhada virtual para Burgos.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

As Joaninhas de Salamanca

O Ventor a caminho dos Picos da Europa.

Tal como nos seus tempos da Força Aérea é assim que ele gosta. Passeios em forma de raids. Nestes casos, um raid para o Ventor é nunca dormir duas vezes no mesmo sítio! Assim, como quando um avião faz um toca e anda na pista, não dá para parar!

Mas olhem, ele permitiu que fosse eu a fazer a descrição e a falar das belezas da sua última caminhada pelo reino de Espanha, especialmente, pelo Principado das Astúrias!

E eu seguindo tudo o que lhe ouvi e, sabendo que ele gosta muito das nossas amigas Joaninhas, é por aqui que começo. Pelas Joaninhas de Salamanca!

Joaninhas, belezas do Ventor

Estava calor, por isso, o Ventor e seus companheiros de caminhada, encostaram-se à sombra de um choupo, onde beberam uns sumos e comeram umas sandochas, incrustados naquela bela e fresca sombra que serviu, por algum tempo, de escudo contra o seu (e nosso) amigo Apolo. Mas o Ventor nunca deixa de dar uma olhada por estes locais, que ninguém, ou muitos poucos, se lembram de observá-los.

Nesse momento, o Ventor recordava uma conversa que várias vezes teve com um amigo seu em que ele lhe dizia que, em tempos, se sentaram à mesa de um restaurante em Salamanca e, ao lerem o Menu, verificaram que havia cabrito assado no forno. Pediram o cabrito, comeram e empanturraram-se com aquele cabrito que lhe tinha parecido uma delícia. Levantaram-se, pagaram e beberam mais um brandy Osborne, como se metessem gasolina para ganhar folgo na arrancada de "retuerno" à Pátria das Quinas.

O homem do restaurante perguntou-lhes se tinham gostado do almoço e todos disseram que sim, que estava óptimo.

O "tasqueiro" sorriu e disse-lhes que sempre achou que a "zorra" passava bem por um belo cabrito e, se ele gostava, porque seria que os portugueses não haveriam de gostar também?!

Ia começando ali uma zaragata, porque o amigo do Ventor chateou-se e disse que os espanhóis eram todos filhos da tal senhora que ...

Mas enfim! ... Saíram revoltados do restaurante e cá fora, ele voltou a repetir que eles, os espanhóis, eram todos filhos dessa mãe desnaturada! Apareceu outro espanhol, junto deles, a tentar saber o que se passara para estarem tão revoltados e tão insultuosos para com os seus conterrâneos. Eles explicaram a tramóia e o espanhol identificou-se como um graduado da Guardia Civil e disse-lhes que estavam cheios de sorte porque a "zorra" era um prato muito apreciado pelos lados de Salamanca e nem todos tinham acesso a ele! Pensou que tinha sido coisa pior!

Conversa daqui, conversa dali, o da Guardia Civil ficou amigo deles e disse-lhes que, quando voltassem a Salamanca o procurassem pois que mais ninguém lhes serviria "zorra" dizendo que se tratava de cabrito.

Para os menos atentos, "zorra" significa raposa e, segundo afirmaram ao Ventor, era um belo prato noutros tempos em que haviam poucos cabritos e muitas raposas por aquelas bandas.

Visão de Salamanca a partir da E80, que pode levar tudo rumo à Europa de além Pirenéus

Lembrando-se desta conversa, o Ventor achou por bem escudarem-se no choupo e comerem alguns petiscos ligeiros por ali arranjados pela minha dona e pela avó do Tomás. Mas, ao mesmo tempo, teve oportunidade de ser saudado por duas cotovias, por um chasco e outros mas, especialmente, por centenas de joaninhas.

O Ventor nunca na sua vida tinha visto tantas joaninhas juntas, a pastarem os pulgões nuns tipos de cardos altos cheios desses minorcas.

Claro que as joaninhas o convidaram logo para que ele partilhasse do seu almoço, mas o Ventor agradeceu a sua generosidade, ao mesmo tempo que pensava que se formou escudo contra "la zorra", antes "zorra" que pulgões!

Mais um raid sobre o centro da cidade de Salamanca e ala que se faz tarde, direitos a Valladolid para uma curta olhada e continuar pela E80, rumo a Burgos, a terra em cuja Catedral jaz, para sempre, o seu amigo Cid, El Campeador!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

As Trombetas Cantábricas

Amigos, acho que o Ventor pirou de vez. Agora é que é!

Não lhe digam nada mas acho que ele pirou. Ai pirou, pirou!

O Ventor foi dar mais uma das suas caminhadas pelas Astúrias, pela cordilheira Cantábrica, pelos Picos da Europa, por   Covadonga (podem ver aqui)  mais a minha dona, o avô e a avó do Tomás e da Maria e, depois de chegar, numa conversa comigo, diz-me que ouvia o som das Astúrias soprado nos chifres dos bisontes, e espalhado por montes e vales. Nas "cuevas" dos montes Cantábricos, ele diz-me que conseguia ver os velhos sorrisos em velhos e velhas que se erguiam à sua passagem.

É lindo apreciar as belas florestas dos Picos da Europa. Ela só por si é uma beleza, mas ainda mais bela se torna integrada naquele ambiente maravilhoso

À medida que rodavam nas "carreteras cantábricas", tudo se perfilava! Cavalhos, castanheiros, abetos, amieiros, choupos, faias ... e muitas outras árvores e arbustos. Todos em uníssono saudavam o Ventor! Ele disse-me que, como sempre, lhe agradavam muito os cânticos das ninfas dos bosques e o desafio constante dos duendes que o espreitavam dos buracos dos velhos carvalhos.

Mas havia muitas mais coisas belas a aclamar o Ventor. Ao rodarem nas carreteras dos vales dos Picos da Europa e, à medida que observavam as encostas debruçadas sobre o Ventor para se certificarem da sua passagem, lá estava tudo como sempre. As sua belas "ericas", os fetos todos emproados e flores de todas as cores na porfia com eles para poderem observar o Ventor.

 Belezas sem fim, nos Picos da Europa, como as «Ericas" do Ventor

Autênticas bandeiras, as dedaleiras, aos milhares emproavam-se entre as giestas e outros arbustos a espreitar o Ventor. Também rosas bravas, muito lindas de braços abertos para tentarem abraçar o Ventor. Mas toda aquela gente é também amiga do Ventor. Esperaram que ele chegasse para cortarem os fenos fazendo assim com  que todos os vales ficassem perfumados à passagem do Ventor. O Ventor diz que não há no mundo melhor "cacharel" que o perfume que os fenos dos vales dos picos da Europa fazem asperfgir sobre quem passa, tal como na sega dos fenos de Adrão, em épocas passadas.

O Ventor diz que se podem juntar todos os especialistas fabricantes de perfumes por esse mundo fora que nunca serão capazes de fazer nada igual. O corte dos fenos e das flores que nasceram no seu seio, transformam tudo numa beleza bem cheirosa.

Sega do feno, num vale dos Picos da Europa. O menino está a aprender como o Ventor já aprendeu!

Por cima, cruzando os céus, lá estavam as águias, os falcões, os corvos e outras rapaces, todos aclamando o Ventor. E, saltitando, de galho em galho, as pegas rabudas, os gaios, os pica-paus, e todas as restantes belezas penudas, amigas do Ventor.

Agora o Ventor diz que só me tem a mim, o seu peludo preferido. Mas, só de o ver tão contente, só de o ouvir contar-me estes pedacinhos da sua última caminhada, eu também estou contente, pois sempre que ele me abandona apetecia-me arranhá-lo todo à chegada! Mas ao ouvi-lo, também me apetecia estar lá, no meio dos fenos, de focinho no ar, a apreciar o cheiro dos cacharéis dos vales cantábricos.

Mas deixei para agora o melhor momento desta caminhada do Ventor. Foi quando ele admirava belezas sem fim e se imiscuíu por entre as flores da encosta e, do meio de todas as belezas presentes se levantaram, como deuses, os raminhos do S. João. Há cerca de 45 anos que o Ventor não viu mais as suas belas florzinhas azúis! E ele até andava por aqui a tentar desenhar uma florzinha dessas para colocar no Blog Flores da Vida, mas estava cheio de dúvidas num ou outro aspecto. Felizmente, para ele, descobriu-as nos Picos da Europa. Eu calculo a alegria do Ventor ao ter um encontro inesperado com as suas belezas de criança.

Os "raminhos" do S. João. Era com estas florzinhas azúis que o Ventor fazia os raminhos para a sua mãe

Ele disse-me que as olhou e o seu coração começou a bater com mais força, ao ficar a saber que elas, afinal, ainda vivem para ele. Sabem que ele quis cortar uma para fotografar bem e mostrá-la a mim e a vós, mas não foi capaz?! Fez-lhe uma festa, enviou-lhe um beijinho com a mão, e agradeceu a todas elas por se terem mostrado ao Ventor. Assim, quase posso afirmar que tudo o que o Ventor queria, ele viu.

Cumprimentou o seu amigo «El Cid", em Burgos, cumprimentou o seu amigo Pelágio, em Covadonga, e para seu espanto, viu os lagos de Covadonga rodeados de gado, a pastar. Bastante gado! Quase parecia  que estava em redor da Pedrada muitos anos atrás, quando ainda miúdo via o Curral do Pai, a Seida, a Corga da Vagem, o Muranho, a Naia, os Bicos cheios de gado das aldeias em volta. Tal como então, ele conversou com as vacas e com os vitelinhos e apreciou a meiguice com que as mamãs vaidosas lhe apresentavam os seus filhotes.

Não são os bisontes de outrora, em redor das Cuevas de Altamira, mas são as vaquinhas que o Ventor sempre gostou e sempre gosta de apreciar. Elas são maravilhas neste mundo

E pronto! Eu sei que não estive lá, mas se o Ventor me diz que os Picos da Europa são dignos de serem fiéis representantes das  Belezas da Natureza deste mundo, quando a votação estiver rolando sobre "las carreteras de la Blogosfera", podem votar neles. Os Picos da Europa podem muito bem vir a ser votados para as Maravilhas da Natureza!

Estejam atentos, porque o Ventor, certamente, mostrará ao mundo as belezas cantábricas e dos seus arredores.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia