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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

 

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Quico o gato Companheiro do Ventor

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de bambu

 

Aqui estão as janelas da Grande Caminhada do Ventor

Flores

Hoje deram muitas flores à minha dona!

Muitas flores para ela e mais horas de solidão para mim! Vão-me deixar só, como sempre! Bem feita que eu sou mau. É para não furar os braços ao Ventor! Ainda se ao menos ficasse aqui o Ventor para me contar mais uma história das dele! Sabem que ninguém sabe quando eu faço anos? Quem devia saber quando eu faço anos, se calhar, nunca lhe doeu a consciência de me ter abandonado tão pequeninho e nem sabe certamente que eu existo. Chego a ter pena de quem não teve pena de mim! Roubou-me à minha mãe e abandonou-me! O Ventor diz que para ele faço anos todos os dias! Felizmente tenho uma dona com coração de ouro e o melhor amigo do Mundo! Também gostava de oferecer flores à minha dona, mas o Ventor diz que ela já tem flores demais. Demais? As flores nunca são demais!

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Uma flor muito linda cor de rosa

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Uma flor amarela 

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Outro girassol amarelo

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Outra flor rosadinha

Não sei qual delas é mais parecida com a minha dona!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

A Gaivota da Joana

Estes dias, enquanto o Ventor tem sofrido imenso de dor de dentes e eu de ter que o aturar, a nossa Dona, a Joana e a avó da Joana foram para Sesimbra passar ums dias. A Joana, tal como eu, temos visto por aqui as gaivotas que já são nossas amigas e vêm visitar-nos, mas a Joana esquece-se que elas estão sempre lá fora. Mas em Sesimbra é diferente! Diz-me o Ventor que elas andam na rua connosco e levantam voo a nossos pés na praia.

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Uma gaivota amiga do Ventor

A Joana e a minha Dona viram numa rua de Sesimbra, junto à praia, uma gaivota com uma asa partida e sem poder voar. Foram a correr para ela para a apanhar e arranjar-lhe um veterinário para ver o que podia fazer por ela. Até parece que a Joana estava disposta a partir o mealheiro e a minha Dona, se necessário, empenhava-me a mim ou até o Ventor! Ao chegarem junto da gaivota foram corridas á estalada. Oh! Bicada! A minha Dona ia ficando sem braço e a Joana sem pulso. É que no bico de uma gaivota não é o mesmo que nas asas de uma gaivota! A Joana chorou que se fartou enquanto foram a casa tratar dela e trazer algo para colocar a bichinha e levá-la ao veterinário, mas, entretanto terá aparecido alguém que poderá ter tentado ajudar a gaivota, pois já não a encontraram. O Ventor começou logo a dizer-me que as pessoas devem falar com os bichos, antes de lhes tocar, para ganharem confiança, pois sem confiança nada se consegue.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

O amigo Americano

O Ventor recebeu agora um telefonema muito triste. O nosso amigo americano está a morrer. Ele chama-se Max.

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O meu amigo Max O nosso amigo era especial amigo do Ventor. Quando cá vinham, ele e o Bubo, iam para a montanha e ficavam malucos com tanta liberdade! Na América, em New Jersey, pouco mais tinham que o quintal da casa. Cá, tudo era diferente e a alegria deles era irem com o Ventor às sardinhadas e beber água fresca nas montanhas do Ventor, nas Fontes, e correr nos Poulos dos Cagordos e da Cascalheira. Não voltaremos a ver o nosso amigo americano.

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Max com a dona dele O Bubo nasceu e morreu velhinho, na América, mas adorava vir a Portugal e meter-se nas águas dos nosso rios límpidos do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Teve a sua bela vida, mas o Max ainda não é velho e está a ter uma morte terrível. Tem um tumor no cérebro. A dona dele já gastou mais de 3.000, dólars só em exames. O veterinário queria pôr-lhe termo à vida, mas ela ainda não teve coragem. Também é médica e não quer nada com a eutanásia, nem de animais. Ela costuma dizer ao Ventor que há sempre uma réstia de esperança.

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O nosso amigo Bubo, já em posse do Senhor da Esfera


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Estou feito!

O Ventor anda aqui com uma cartilha verde na mão. Verde, isso mesmo! Se fosse vermelha estava safo. Já sei que me vai levar a um gajo vestido de branco para me fazer um furo no casaco. Depois, para me levar, diz-me que quantos mais furos tiver, mais anos andamos juntos. Mas eu não vou nessa. Não quero o meu casaquinho estragado! Alguém me ensina um truque para fugir do Ventor? Um truque assim: «como fugir de amigos indesejados». Há dias assim! E hoje, para mim é um deles. Alguém sabe um truque ou não?

Também se soubessem, com estas manápulas do Ventor nunca me safo. Se o Bush tivesse umas manápulas assim já tinha apanhado o Bin... Bin... não me recordo do nome. Quando não me recordo este gajo diz-me, mas hoje não me apetece perguntar-lhe nada. Vou sair. Vai começar a tucata e fuga ... Porque não vai ele ao Veterinário? Anda aqui com um dente inflamado parece um hamster!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

O Filho do Lobo

Mais uma história do Ventor, tal como ele ma contou. Será desenvolvida mais tarde, no meu Site.

«O filho do lobo era um cão muito parecido com o lobo e que tinha por dono um tio meu. Esse meu tio, por afinidade, que andou sempre aqui pela região de Lisboa, mais precisamente, na área de Sintra, como todos os que chegam à idade da reforma, pensou em ir para a terra e arranjar entretimento.

Um dia, na minha caminhada pelas minhas Montanhas Lindas, fui encontrá-lo num local a que chamamos As Fontes (nascente de água divina), sentado à sombra de uma árvore, com três cães e as suas cabras, à custa das quais ele continuava a subir montanhas e a tentar manter-se activo.

Ao olhar o cão, estranhei-o e perguntei-lhe onde o arranjou. Ele disse-me que aquele cão era fora de série e que era filho do lobo. Era filho do lobo e de uma cadela doméstica que andara aos cães e acasalou com o lobo nas montanhas. Gostou do cachorro, que logo desde pequeno se notava a sua procedência e pediu-o ao dono da cadela que prontamente lho ofereceu. Era um cão bem mandado e adoptara as cabras como suas companheiras.

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Montes das Fontes

Como demonstração, da sua superioridade, ele mandou dois pedaços de pão para o meio dos cães e todos acorreram para apanhá-lo, mas ele deixou que fossem os outros dois a pegar o pão. Ele acorreu apenas com um ligeiro movimento e a visão a controlá-lo e a ver os outros pegá-lo, praticamente, não se mexeu! Voltou a fazer a experiência e o cão lobo voltou a seguir o pão com os olhos e a deixar que fossem os outros a pegá-lo. Por fim, agarrou num bocado de pão e deu-o ao cão lobo que o pegou e comeu-o. Ele apenas pegava o comer quando o dono dizia que era para ele!

 Ora eu, que percebo alguma coisa de cães e nada de lobos, pressupunha o contrário de tudo o que observava ali com um animal 50% lobo. Ele na forma, não no tamanho, era um autêntico lobo. Só vi aquele animal duas vezes mas nunca mais o esqueci. Só que as coisas nem sempre são como nós gostaríamos que fossem! O meu tio morreu, as cabras ficaram sós e o filho, meu primo, vendeu-as. Os cães ficaram ao abandono lá pela Assureira local ainda afastado da aldeia e, não querendo ligar às outras pessoas iam comendo como podiam. Talvez apanhassem coelhos, mas a verdade é que não foram adoptados por ninguém.

Numa determinada altura começaram a ser mortas ovelhas e toda a gente foi levada a pensar que aquele trabalho só poderia ser levado a cabo pelo filho do lobo, uma vez que os lobos não eram vistos em lado nenhum. Dera-os Deus! O meu primo ou qualquer outra pessoa, convencidos que, certamente, o filho do lobo, seria o cão assassino, mataram-no a tiro, sem direito a ser julgado, é caso para dizer, pois ninguém viu o filho do lobo a matar qualquer animal e quando o viam apenas dava ao rabo a cumprimentar as pessoas que chegavam. Este cão era tão submisso que, quando estava junto do dono, com os outros, andava sempre com o rabo entre as pernas. Ele adoptou o dono como chefe do grupo e os outros como companheiros que o receberam no grupo! Era, socialmente, um lobo autêntico.

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 Um lobo

Depois de matarem o filho do lobo, as ovelhas continuaram a ser mortas e, alguém viu que andavam por ali cães que não eram da terra e que eram cães e não lobos. Os homens julgaram-nos à revelia e mataram-nos! Nunca mais houve, ovelhas mortas por aqueles lados e todos ficaram a saber que não foi o filho do lobo que, de lobo cão ou cão lobo, fiel e submisso, pensaram, se tinha tornado num cão lobo assassino!

 Este cão lobo, filho inocente deste mundo, foi morto por gente pouco dada a investigar e sempre pronta a esmagar qualquer animal que se desvie um milímetro fora do trajecto sem o aval do dono. Donos ou não, habituados a pensar e actuar friamente, como animais irracionais, sem fazerem um julgamento claro e justo como mandaria o bom senso. Assim, já vão alguns anos, na minha caminhada pela minha terra, também vejo como a injustiça se sobrepõe à justiça, tal como em qualquer canto do mundo isso acontece, com os homens e, mais ainda, com os animais».


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

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