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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

 

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Quico o gato Companheiro do Ventor

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de bambu

 

Aqui estão as janelas da Grande Caminhada do Ventor

Avestruz, uma Amiga

Num raid sobre o Alentejo, o Ventor e a Avestruz olharam-se, olhos nos olhos.

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A avestruz fixa o Ventor

Numa terra a que chamam Cuba, mas esta, a alentejana, o Ventor olha a secura da paisagem e encara com duas avestruzes. O dono do meu amigo Zé parou o carro para que, na margem da estrada, o Ventor e as avestruzes dialogassem sobre este mundo. Quando as avestruzes se aperceberam que era o Ventor, logo se encaminharam para a vedação.

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Uma das avestruzes só parou junto à vedação olhando fixamente o Ventor

Mas o Ventor começou logo a falar com ela e quando o Ventor se encaminha para as galinhas, suas amigas africanas que também ali estavam, ela acompanhou-o com umas passadas e com o olhar. O Ventor continuou a dialogar com a avestruz e pediu-lhe para levar o seu cativeiro da melhor maneira possível porque, afinal, somos todos cativos de uma rede qualquer ou de algum instrumento de tortura.

A prisão, sobretudo, para quem a não merece será certamente muito desagradável instrumento de tortura e o Ventor sabe como isso é, pois sente que estamos sempre aprisionados a algo que nos desagrada. Também desagradará à avestruz estar longe da terra que a viu nascer. Ela veio aprisionada para longe e se o Ventor está longe da terra onde nasceu, já é diferente, pois saiu de lá por vontade própria. Então, na brincadeira, disse à avestruz que o melhor era levar a vida o mais alegre possível, mesmo dançando e o Ventor fez o gesto como era. Para estupefacção do Ventor, a avestruz começou a dançar com ele imitando-o. A malta no carro ria-se, o ventor ria-se e a avestruz continuava a dançar. Mas que beleza de animal! A dançar!

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Uma foto da avestruz a dançar Só visto, diz o Ventor! Se fosse filmado daria uma bela sequência de imagens e o Ventor nem se recorda que a máquina filma! Mas riram-se todos e todos ficaram a gostar da avestruz que continuava a dançar.

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Amigos para sempre

O Ventor entrou no carro e seguiram viagem e a avestruz continuou a olhar sobre a vedação e até parece que lhe pedia para ficar também! Este é um dos muitos animais que o Ventor não conheceu em África mas conheceu-os no Algarve e no Alentejo e já tem saudades deles.

No Algarve terão havido centenas deles perto de Vila Moura. A última vez que lá passou, não há muito tempo, já não estava nenhum. Em Vila Nova de Milfontes também havia avestruzes e parece que já não há nada. Mas no meio da tristeza das avestruzes, diz o Ventor, também cabe o seu lamento. O homem não as trouxe por amor ou pela agradabilidade da sua companhia. Trouxe-as para explorar! Afinal a única coisa que o homem sabe fazer. Explorar tudo! Certamente, diz o Ventor que, quando voltar a passar pela Cuba alentejana, já lá não haverá avestruz nenhuma a olhar para si e muito menos a dançar para ele ou com ele.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Olhem esta coisa

O Ventor qualquer dia não me liga. Aparece com cada coisa! Olhem esta beleza! Alguém sabe como se chama? Será uma das espécies de "bicos de lacre"?

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Digam lá que não é lindinho?

Está um pouco ampliado e segundo o Ventor disse, quase o pisou. Ele andava em volta das suas pernas e acabou por pegar nele. Voltou a colocá-lo no chão e ele, armado em pimpão fugiu para cima de uma pequena árvore. Quando o Ventor lhe quis tirar uma foto sobre a árvore ele, do contra, voltou para os pés do Ventor. O Ventor fez-lhe uma festa e ficou a vê-lo comer. Parecia esfomeado. Penicava em volta das pedras, das folhas secas, na terra... Ao vê-lo comer tão bem, o Ventor disse-lhe que estava safo. Agora só precisava de se cuidar com os inimigos.

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Olhem como ele se safa!

Quando o Ventor voltou a fazer uma tentativa para o apanhar, testando a sua capacidade de defesa, ele pirou-se sempre, mas sempre por perto. "Agora não quero que fujas de mim, quero que fujas da água do rio. Os teus pais devem estar por aí a apreciar a tua conduta e certamente estão a gostar. A partir de agora, passas a fazer parte do rótulo dos meus amigos, mas amigos a valer, ok? Agora o Ventor anda aqui de volta das fotos desse gaijinho, até parece que são pepitas de ouro. É o que eu digo. Qualquer dia não me liga!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

A barbárie

Isto é demais!

O país, diz o Ventor, está podre! Mas os homens ainda estão mais podres. Uma amiga pediu-me para colocar no meu blog a vida atribulada dos meus amigos touros e eu ponho. Estou com pressa, muita pressa, mas agora estava no meu email e aqui coloco o seu pedido. Mas arranjarei vagar para dizer mal de todos os imbencis que caminham entre nós de olhos postos em tanta maldade. Sejam gente seus animais tortuosos! Abandonem o gene do mal, pois ainda estão a tempo!

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Vejam isto e reflictam: Imagine que alguém vai a sua casa e, à força o leva, o mete num contentor, o transporta por mar durante alguns dias, mal alimentado, encurralado, empacado com outros irmãos seus sem se poderem mexer.

Chegam a terra, e quando entendem, abrem a porta e esta dá para um quarto cuja única saída é a porta por onde você entrou e que acabou de ser fechada. Você que pensou que aquela porta se tinha aberto para a liberdade, para o devolver a casa e nada disso. À sua frente está um terrível monstro que o ameaça, o cita, o provoca. Aterrorizado você só tem duas hipóteses, ou sair dali, o que é impossível porque a porta está fechada, ou livrar-se do monstro, por isso toma balanço, fecha os olhos e investe.

Quando chega ao pé do monstro sente um ferro cravar-se nas suas carnes, a dor é imensa, insuportável, o sangue escorre pela sua pele, os seus olhos enevoam-se e nada mais lhe resta senão continuar a lutar, mas o adversário é inteligente, tem um aliado precioso, o cavalo, ágil e bem treinado. Você volta a investir, uma, duas, três vezes e de cada uma mais um ferro é espetado nas suas costas e, que por terem arpões cada vez que se mexe se agarram mais à sua carne e com o balanço a dor é cada vez maior e insuportável. Começa a ter febre, o sangue quente e húmido escorre cada vez mais, as forças faltam-lhe, não sabe já para onde se virar e pede ao seu Deus que o tire dali, que o sofrimento já ultrapassou há muito o limite das suas forças.

No meio daquela tortura sanguinária você consegue ter a noção de que afinal não está sozinho com o monstro, monstros iguais, muitos, estão à volta dessa sala, noutra sala, e assistem ao que se passa, aplaudem, gritam de gozo, de emoção, atiram ao ar chapéus, almofadas, fotografam, deliram. A banda toca música. A porta do quarto abre-se e o monstro que o torturou sai e, você, confuso, quer também sair, mas a porta fecha-se no seu nariz. Olhos rasos de lágrimas, tendo a certeza de que nunca mais verá os seus, morrendo de dores e de febre ainda tem uma prova final: uma dezena de monstros entra no quarto, quase não os vê devido às lágrimas, mas eles gritam, esbracejam, correm para si e param, recuam, voltam a gritar, e você com os malditos ferros a queimarem-lhe a carne, o sangue a escorrer quente e húmido pelas costas abaixo, chora de raiva, toma balanço e investe.

Qualquer coisa bate forte na sua cara e tapa-lhe os olhos, serão os monstros? Agarram-se à sua carne dorida, arrastam-no pelo chão e as forças a esvaírem-se com a perda do sangue.

Meu Deus mandai-me a morte depressa, que dores horrorosas. Finalmente abre-se a porta, uns parentes seus vêm buscá-lo, você duvida, mas acaba por segui-los até ao contentor de onde tinha saído. A porta fecha-se, você cai desfalecido no chão, a febre e as dores são tantas que delira e sonha que está em casa, no meio dos seus - mas a realidade é que está a morrer por cada gota de sangue que sai da sua carne torturada. E lá longe continua a ouvir os gritos da multidão de monstros em êxtase - outro dos seus entrou na arena, a barbárie continua.

Cito texto retirado do Site internacional contra as touradas: «Não há justificação moral para recusar ter em consideração o sofrimento de um ser, seja ele animal humano ou animal não humano. Os animais são seres sensientes que experienciam alegria, felicidade, medo e dor do mesmo modo que os animais humanos.

Ninguém tem o direito de os fazer sofrer para diversão. Se qualquer tortura infligida a um animal merece ser condenada, as touradas são a pior forma de tortura uma vez que são feitas em nome do entretenimento. Temos que acabar com toda a tortura praticada sobre os animais e terminar de uma vez por todas com estes espectáculos de brutalidade e violência.

Quem tortura animais e lhes inflige sofrimento mais tarde ou mais cedo fará o mesmo com o seu semelhante. «Em Santa Maria vai comemorar-se a Autonomia com a barbárie, com a tortura de animais que como nós sentem a dor. Em pleno século XXI! Tenhamos a coragem de dizer não, de não pormos lá os pés e denunciarmos um espectáculo que assenta na tortura, na dor e na violência e que para além disso é pago pelo Governo Regional com o dinheiro de todos nós, portanto, também, com dinheiro meu que sou contra e aqui o declaro. Abraços marienses

Ana Loura.

Santa Maria, 09 de Maio de 2005.

E agora digo eu: «é triste que hajam humanos tão nhurros, tão aberrantes! Mas o pior de tudo é que se dizem animais racionais, quando só têm muco na cabeça!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

Dia triste

Hoje, dia 3 de Maio, foi um dia muito triste. Triste para o Ventor e triste para a família e os amigos. O mês de Maio é o mês de Maria e foi o mês de Maio que nos levou a Maria. A Maria ainda não completou o meio século e já nos deixou. Diz o Ventor que a Maria, a Maria Luísa, foi transportada para o Céu, nas asas de uma borboleta, ajudada pelos anjinhos, e ficou junto do Senhor da Esfera

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Foi esta borboleta, albi-negra, amiga do Ventor, que a levou para o Céu

A Maria, a dona do meu amigo Simão, sofreu muito antes de nos deixar. Deixou-nos a nós, ao Simão, ao Bekas e à Kika. Dois cães e uma cadela muito amigos. Estes foram seus companheiros de caminhada durante os últimos anos. Agora, não vou ouvir mais o Simão e o Bekas a subirem as nossas escadas numa grande algazarra. Agora ficaram sem a dona e vão sofrer muito sem ela, especialmente o Simão e o Bekas.

Muito triste a maneira como a roda do destino estraga as vidas das pessoas e dos animais. Uma doença muito má tirou-nos a Maria à força! O Ventor diz que essa doença tem o nome de um bicho muito mau a que chamam Câncer. E eu que pensava que não havia bichos maus! Pensava que eram todos como eu e os meus amigos e se, eventualmente fossem maus seria porque as pessoas lhes fazem mal também. Mas não. Este é mesmo mau e ataca por sua iniciativa. Homens, juntem-se para combaterem o Câncer!!! Todos nunca são demais!


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia