Morreu o nosso amigo Rex
Chmava-se Rex! Ele lá estava sempre á espera do Ventor e do Tomás, sentado nessa escada. Ao vê-los, descia a dar ao rabo e a cantar laudas aos amigos que gostava de ver! Sentia-se feliz ao vê-los e cumprimentava, meigamente, toda a vizinhança como que, a desejar-lhes um muito bom dia, boa tarde ou boa noite!
O Rex
Este era um dos nossos amigos e os donos abriam-lhe as portas de manhã, e ele ficava na rua, uma praceta sossegada e sem grande perigo. Era um cão muito meigo, amigo dos meus amigos, a Maria e o Zé, que já vos apresentei. O nosso amigo pastor alemão, conhecido por Norton, passava lá e metia-se com ele, na brincadeira. Lambusavam-se todos durante uma corrida, e de seguida, o Norton acompanhava os donos e o Rex, ali ficava a vê-los ir.
Um dia chegou um "peregrino"! Uma espécie de cantor das janeiras ou dos Reis que desafiou o Rex a acompanhá-lo e lá foram os dois armados em trovadores da idade média, cada um cantando e tocando como podia! Nesse dia, os donos chegaram e o Rex não apareceu a correr como de costume! Palmilharam as ruas todas, chamando, "Rex, Rex"! Mas o Rex não voltou!
Continuaram à procura e encontraram o Rex, um jovem cão, lindo e meigo despedaçado contra a valeta, numa rua movimentada, perto de casa. Para sempre o Rex, farto de permanecer quieto e sereno, partiu na brincadeira com outro, para, talvez, lhe mostrar os caminhos do seu sítio. O outro seguiu viagem, habituado às andanças de cão vadio e o Rex, tombou debaixo de um bólide apressado, daqueles que provavelmente não respeitam ninguém e menos ainda os cães!
Estou cheio de tristeza pela partida para o Mundo final, do meu amigo Rex! Olhem pelos vossos animais e não esqueçam que eles não são treinados a lutar contra as agruras da vida. Eles aprendem e sabem muito, mas mesmo os homens, inteligentes e treinados, correm sérios riscos, neste mundo de loucos!