O Nhiço, tal como eu, foi abandonado.
O Nhiço
Ele é o mais velho da família, depois do Rafinho. Foi atropelado quando o dono permitiu que uma colega da escola o pegasse. Um carro passou a fazer grande barulho e o Nhiço assustou-se, ela assustou-se também, e largou-o. Ele fugiu e o carro seguinte atropelou-o. Gastaram umas coroas valentes para o salvar. Infelizmente a vida é dura para todos, até para gatos.
Conheci o Nhiço ainda quando eu era pequenino. Ele não me oferecia muita segurança e eu escondia-me dele. A minha amiga Magda, gostava de mim e procurava-me, mas ela era um pouco parecida comigo na cor da pele e vínhamos do tronco da mesma árvore, mas já com muitos cruzamentos. Ela descende de um ramo Siamês e eu sou produto das brincadeiras dos homens. A Magda nasceu na cave dos seus donos. A mãe, com os olhos e uns miares, pediu por misericórdia que lhe olhassem pela filha.
A Magda
Dizem que eu sou descendente de Siamês e Balinês. Aquela célebre ilha indonésia, lembram-se? Acho que os americanos e sempre as suas experiências, deram origem a um novo ramo das minhas gentes. O RagDoll! Eu descendo dos ragdolls americanos que apareceram por cá algures no tempo. Não muito longo! Isso mesmo, chamam-nos "Bonecas de Trapos"! Dizem que é por nós podermos ser pegados pelas crianças e permitir todas as patifarias sem as arranharmos.
Na verdade, há três anos que eu convivo com a Joana e nunca tive vontade de a arranhar e olhem que ela é bem chata, às vezes! Agora também tenho que aturar o Tomás, de vez em quando e esse patife quer-me puxar o rabo, mas eu sou amigo a valer daquele "new cowboy"!