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A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

A Arrelia do Quico

Somos todos filhos do Sol e amigos do Ventor

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O Quico continua a observar-nos

Ele eras o mais lindo dos meus amigos. Eras o mais belo companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter

 

 

 

 

Hoje tenho outro companheiro, amigo do coração, a que vim a chamar Pilantras.

A tua Dona diz que foste tu e a deusa Bastet que o enviaste para nós. Parece que o nosso amigo Pilantras continua a querer  ser tal  como tu eras.

Eu até acho que foste tu que lhe deste instruções para saber conviver comigo. Em muita coisa são muito parecidos. Pelo menos, tudo indica que sim.

Mas tu adoravas animais e ele não. Nunca me esqueço da tua luta para eu salvar o besouro a afogar na água entre os tronquinhos de banmbu


07.08.07

Burgos e Cid o Desterrado


Ventor e Quico

Depois de vos contar mais uma página da vida do Ventor, em Mar Alto, vou continuar a falar-vos do "raid" do Ventor aos Picos da Europa.

Saídos de Salamanca, o Ventor, a minha Dona e os avós do Tomás, entraram na E80, rumo a Valladolid e Burgos. Em Valladolid, foi só olhada com a mão a servir de pala, e isto, porque Burgos era o próximo objectivo.

Era em Burgos que existia a Catedral onde jazem as cinzas do amigo do Ventor: El Cid, o Campeador - o Desterrado. Vocês sabem quem desterrou o Cid? Foi D. Afonso VI, o avô de D. Afonso Henriques que era um grande "aldrabinas"!

Diz o Ventor que, naquele tempo, tal como hoje, só havia "aldrabinas" nas políticas. E diz também que, para o Cid, "aldrabinas" não tinham cabimento!

Ouve lutas intestinas entre os irmãos que herdaram Castela, Léon e Galiza. Fernando de Castela foi morto em Astorga, à traição, por um cavaleiro de Léon e os castelhanos desse tempo, acreditavam que D. Afonso VI estaria por detrás da morte de seu irmão para herdar o seu reino de Castela e, embora ele o negasse, alguns dos cavaleiros castelhanos, entre eles o Cid, obrigaram Afonso VI a jurar que nada tinha a ver sobre a morte do irmão Fernando de Castela. Ele jurou mas, nunca mais perdoou ao Cid e, à primeira oportunidade, desterrou-o!

Mas a história fica para outra ocasião, agora vou falar-vos, segundo a versão do Ventor, da vida e morte de Rodrigo Dias de Vivar, "El Cid o Campeador":

Estátua de El Cid o Campeador, na cidade de Burgos

O Cid nasceu em Vivar, no Norte da Província de Burgos, em 1043 e morreu em Valência, em 01 de Julho de 1099, com 56 anos.

Ele foi aquilo a que os castelhanos chamam de Caudilho. Um Caudilho Castelhano.

O Rei Fernando I reinava sobre Castela e Léon e o Infante Sancho criou-o, armou-o cavaleiro e levou-o à primeira expedição militar. Quando o Rei Fernando morreu, Sancho que era primogénito, herdou Castela e os restantes territórios foram repartidos pelos seus irmãos. Logo que Sancho foi nomeado Rei de Castela, nomeou Rodrigo "príncipe" da Hoste Real, como forma de agradecer os serviços que seu pai tinha prestado ao rei Fernando, tentando unificar a Meseta castelhana e substituir a hegemonia de Leão pela de Castela.

Sancho e seu irmão Afonso entraram em hostilidades e os dois decidiram celebrar um encontro cujo resultado seria reconhecido como um Juízo de Deus. Ganharam os castelhanos mas, Afonso não quis acatar o resultado. Posteriormente, houve mais um recontro que também foi ganho pelos castelhanos e Sancho foi coroado Rei de Leão.

Mas, os leoneses não aceitaram mais esta derrota e, descontentes, tramaram mais um golpe definitivo contra Castela, tendo Sancho sido morto pelo cavaleiro Vellido Dolfos, em Zamora e acabando Afonso por ser reconhecido como rei de Leão e antes de ser reconhecido como rei de Castela. Os castelhanos dirigidos por Rodrigo de Vivar, fizeram-no jurar que não tinha participado na morte de seu irmão Sancho. A partir daqui, Rodrigo de Vivar nunca foi bem visto pelo novo rei apesar deste lhe ter oferecido, em casamento, a sua sobrinha Jimena Dias de quem teve três filhos: Cristina, Maria e Diego Rodriguez. Este morreu na batalha de Consuerga contra os mouros.

O rei Afonso VI encarregou Rodrigo de ir cobrar um tributo pendente ao rei de Sevilha e, quando Rodrigo regressou, acusou-o de não ter entregue todos os fundos e desterrou-o, obrigando-o a abandonar Castela, a esposa e os filhos. Acompanharam-no alguns dos seus fiéis cavaleiros e Rodrigo Dias de Vivar, viu-se obrigado a oferecer os seus serviços a reis cristãos e muçulmanos para subsistir.

Já no exílio, lutou contra e a favor dos reis de Saragoça e Aragão. El Cid foi acolhido pelo rei de Saragoça que sobre ele exerceu vários anos uma espécie de protectorado. Conquistou o reino de Valência aos almorávidas que voltaram a reconquistar Valência mas Rodrigo Dias de Vivar, conhecido como El Cid Campeador, derrotou-os em 1097.

Após morrer na conquista de Valência, a esposa Jimena, não podia manter, só, o reino de Valência e acabou por pedir ajuda a seu tio Afonso VI e este, como não encontrou quem pudesse assegurar, efectivamente, a posse daquele território, acabou por abandoná-lo e retirado dali todos os cristãos, incluindo o cadáver de El Cid, levado para Castela para receber, ali, sepultura cristã.

El Cid encontra-se sepultado, aqui, na bela Catedral de Burgos 

Rodrigo Dias de Vivar, El Cid o Campeador, encontra-se sepultado na catedral de Burgos. A sua figura lendária, deu lugar à primeira canção de gesta da literatura espanhola. O "Cantar de Mio Cid", segundo se consta, alcunha dada pelos mouros e que quer dizer "meu Senhor"! 

"El Cantar del Mio Cid" é a primeira canção de gesta da literatura espanhola que foca os lugares por onde Cid andou e canta o seu desterro e toda a sua vida atribulada de cavaleiro medieval.

Foi esta vida de Cid, o Campeador, que nos foi dada a conhecer pelo filme, El Cid o Campeador.

Um grande filme épico de 1961, dirigido por Anthony Mann e com produção de Samuel Bronston. Foi considerado por muitos, o melhor filme de todos os tempos mas, gostos não se discutem. Eu sei é que o Ventor está entre esses!

Diz o Ventor que o famoso Elenco, encabeçado por Charlton Heston (EL Cid) e Sophia Loren (Jimena), deixam saudades dos belos filmes de antanho.


O Quico também sonhou ao lado do Ventor. A vida solitária e nefasta dos seus amigos que observava do seu Miradouro, foi sempre, a sua grande arrelia

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